
Entenda-me. Como um garimpeiro à procura de ouro, encontre em cada detalhe mal explorado e cada pedacinho desaproveitado apenas outro gesto despercebido. Decifra-me. Sou um enigma mal contado que lhe cabe descobrir. Junte-me as peças quebradas e aprenda a repará-las. Revira-me. Não fico tonta facilmente, então apenas continue a exploração pelo inexplorável. Em sete milhões, a fortaleza impenetrável está exatamente a sua frente. Costure-me. Sou como uma boneca de retalhos há muito remendada. Um complexo incompreensível cuja resposta está tão clara quanto obscura. Conserta-me. Como um pequeno anjo de vidro cuja asa direita outrora fora quebrada. Em cinco mil dimensões, sou a única incapaz de vê-lo. Descubra-me. Arranque de vez esta máscara de horrores da face e encontra-me. Sou como um livro aberto, escrito em língua alienígena da qual nunca se ouviu falar. Decodifique-me se for capaz. Afinal, não é tão difícil. Mas se não fazê-lo, apenas esqueça-me.