agosto 01, 2014

Das sem nome, nem rosto #002

X | via Tumblr

para ela, não seja delírios,
dê lírios,
dê-lhe rios
e navegue com ela

simplesmente, sorria
e o tempo todo, só ria
enquanto ela só brilha
na brisa do mar.

nos olhos dela,
veja encantos
em cantos
castanhos e brilhantes.

e, menina,
seja só dela
se já só ela
é somente sua.

julho 13, 2014

Das sem nome, nem rosto #001

DSCN3999 | Flickr - Photo Sharing!


versos infantis
de fabuloso trejeito,
as palavras esquisitas
de estranho efeito.

riscos e ariscos
da poeta em piscos
aquela da tremedeira
e afetuosa maneira

poeta que não se entende
e se complicará
poesia corre fazendo
e em breve louca ficará

mas quando ela prosa,
eu, poesia
as palavras vai tecendo
e virando maresia.

julho 06, 2014

Tagged: Noventa coisas sobre mim

Will never die

[esse é um post programado, então as respostas aqui não são as de hoje]
Apesar de o blog ter quase um ano, percebi que não falo muito de mim aqui. É esquisito, porque esse lugar é o único lugar onde compartilho as coisas que eu escrevo, que dizem mais sobre mim do que qualquer outra coisa. De qualquer maneira, hoje encontrei uma tag interessante em que você responde noventa perguntas sobre você. Como o blog não indicava ninguém, supus que era uma tag aberta, então resolvi fazê-la, então quem quiser fazer também, ctrl+c aí. Espero que vocês gostem da tag (e de mim?). Enfim... 

junho 27, 2014

Ela

flowers in your hair | via Tumblr

Ela é muito bonita, sabe? Tem aquele sorriso lindo com os dentes meio tortos, mas ainda assim, lindo. E os olhos cheios de sono e impaciencia, mas poéticos. A voz rouca e baixa que ela odeia, mas que eu adoro. E sempre prende o cabelo todo colorido em um emaranhado indefinido com certa beleza. Ela diz que parece um ninho de ratos e eu rio, porque é verdade, mas o meu está do mesmo jeito.
Ela se joga na sua cama, frustrada com a vida e eu me jogo do seu lado, igualmente frustrada por não conseguir escrever. Ela se vira e pisca e eu brilho. Uma poesia nova, dois textos e um livro.
Ela não tem nome, nem rosto, pois só existe em minha imaginação, mas é como se eu a conhecesse. Um dia, encontrarei-a na rua, bebericando café e falarei com ela.
"Ei, lembra de mim?"
E ela vai sorrir. E se lembrar de mim também, pois existia em sua imaginação.
Mas nunca nos conhecemos.

junho 22, 2014

Resenha: A Lista Negra

hate list

A Lista Negra
Jennifer Brown
Editora Gutenberg, 2012

E se você desejasse a morte de uma pessoa e isso acontecesse? E se o assassino fosse alguém que você ama? O namorado de Valerie Leftman, Nick Levil, abriu fogo contra vários alunos na cantina da escola em que estudavam. Atingida ao tentar detê-lo, Valerie também acaba salvando a vida de uma colega que a maltratava, mas é responsabilizada pela tragédia por causa da lista que ajudou a criar. A lista com o nome dos estudantes que praticavam bullying contra os dois. A lista que ele usou para escolher seus alvos. Agora, ainda se recuperando do ferimento e do trauma, Val é forçada a enfrentar uma dura realidade ao voltar para a escola para terminar o Ensino Médio. Assombrada pela lembrança do namorado, que ainda ama, passando por problemas de relacionamento com a família, com os ex-amigos e a garota a quem salvou, Val deve enfrentar seus fantasmas e encontrar seu papel nessa história em que todos são, ao mesmo tempo, responsáveis e vítimas.

abril 26, 2014

"Essa coisa de ser gay"

love is equal*

— Sim, eu tenho uma namorada. — ela disse de uma vez, sem papas na língua, surpreendendo-os — Pois é, pasme, uma namorada. No feminino. Uma namorada como a sua, com seios, pele macia, cabelos bonitos e tudo o mais. Uma namorada que tem voz melodiosa, lábios vermelhos e usa vestidos. E não me olhe com esse olhar torto e expressão de quem sabe das coisas. Eu tenho direito de beijar meninas tanto quanto qualquer um de vocês. Eu sei que alguns de vocês nunca irão entender essa coisa de ser gay. Afinal, para os ditos cujos, meninas servem apenas para se ajoelhar para fazer coisas mais indiscretas. Mas deixe-me dizer-lhes uma coisa: há meninas que gostam de meninas. Eu sou uma delas e minha namorada também. Isso não é errado. E se você não entende, não odeie ou conteste. O amor é livre, sem regras e não escolhe raça, religião, nacionalidade, gênero ou qualquer outro rótulo. Ele acontece entre duas meninas ou dois meninos da mesma maneira que entre um menino e uma menina e não há nada que você possa fazer além de respeitar e aceitar. E eu entendo que o que mais vemos por aí são casais heterossexuais e isso nos faz pensar que apenas aquilo é certo e então você se depara com um casal homossexual se beijando, ou até mesmo se abraçando e pensa "nossa, que diferente". E daí se é diferente? Diferente não quer dizer errado. O amor é igual, de qualquer maneira, fim de história.

No final, quando ninguém mais ousou dizer uma só palavra, ela apenas suspirou e, antes de dar as costas, disse:
— Algumas meninas beijam meninas. Supere isso.

abril 03, 2014

Caixinha de vidro

Vintage Glass Curio Jewelry Box Rustic por TheVintageParlor en Etsy

Passei tanto tempo dentro de uma pequena caixinha de vidro que o mundo lá fora já não me seduz mais. O tempo correu e mesmo cobiçando tanto a vida intensa, aprendi a gostar da solidão. Da companhia de mim mesma, das minhas opiniões.

Aprecio as histórias aventureiras lá fora e quero vivê-las tão intensamente, mas quando a oportunidade chega, desisto. Esqueço. Deixo para lá. Porque nada parece real. Nada é como nos livros, como nos filmes, como nas músicas. Às vezes sonhar é bem melhor que realizar.

De um lado, é bom ficar aqui, nessa caixinha de vidro, brincando com meus fios de cabelo, fazendo círculos com os dedos no chão, dormindo e sonhando com aquela vida intensa que quero, mas não quero. Mas de outro, é quase tedioso, rotativo, rotineiro. Mas um tédio do qual aprendi a gostar. Um tédio que amarrei a mim e agora não quero mais soltá-lo. Porque é meu. Porque sim.

Mesmo que as oportunidades da vida lá fora me chamem cada vez mais agora, não consigo deixar esse mundinho dentro da minha caixinha de vidro. Porque sou medrosa. Sou covarde. Sou orgulhosa. Sou tão apegada à minha melancolia solitária que não quero deixá-la. Não estou preparada. E não sei se algum dia estarei.

fevereiro 28, 2014

Campanha: To Russia With L♡ve

Untitled

Não foi há muito tempo que estava visitando alguns blogs, deixando alguns comentários e interagindo na blogosfera brasileira, e ao me deparar com o blog Mistura de Assunto (x) li sobre uma campanha maravilhosa e, apesar desse não ser o assunto principal do blog, resolvi trazê-la para vocês.

Talvez muitos de vocês não saibam (na verdade, nem eu sabia há pouco tempo), mas foi aprovada uma lei na Rússia que proíbe a "propaganda gay", visando jovens e "ofensas contra crenças religiosas". Essa lei foi aprovada recentemente com os votos de 436 deputados da Duma (na Rússia). E além disso, o termo "homossexual" foi substituído por "relações não-tradicionais".

É claro que um preconceito e atrocidade desse tamanho não poderia passar em branco sem repercussão pública. Foi criada pela Amnesty International (uma ONG pelos direitos humanos), uma campanha para mostrar ao governo da Rússia quantas pessoas apoiam a igualdade de direitos para todos. Então, é o seguinte: para cada assinatura feita aqui, um ponto no mapa do país é colorido. O objetivo disso é cobri-lo por completo com um arco-íris. Eu já coloquei o meu pontinho, agora é a vez de vocês também ajudarem. É uma assinatura rápida, você não precisa se identificar com nome ou e-mail, só é preciso gênero, idade e país, simples assim.


Para ler mais sobre a lei russa, clique aqui.

E também queria aproveitar a oportunidade para pedir que vocês me mandem perguntas ou sugestões de alguma coisa porque pretendo fazer um vídeo para postar aqui e não faço a mínima idéia do que dizer, então comentem aí o que vocês querem saber sobre mim, sobre o blog, sobre a minha vidinha pacata, vale anônimo e vale crítica construtiva também! Obrigada, sweetie pies.

fevereiro 22, 2014

Loneliness

Thats how I feel

Eu passo muito tempo comigo mesma. Meus ouvidos já não ouvem mais, ou talvez ninguém esteja falando. Pelo menos, não comigo. As pessoas que eu costumava chamar de amigos aparentemente não ligam. Eu me sinto sozinha o tempo todo, como se não tivesse ninguém aqui quando, na verdade, todo mundo está aqui. Eu acho que afasto as pessoas de mim, de alguma maneira. Eu não sei por que, só faço. Algumas pessoas acham que eu gosto de ser sozinha. Mas só porque eu sou antissocial não significa que eu gosto de me sentir solitária. Eu não sou uma pessoa de abraços, mas agora, tudo que eu acho que eu preciso é de um abraço.


Eu passo muito tempo lendo e escrevendo agora. Faz-me sentir menos melancólica e um pouco mais importante. Eu acho que esse é o meu jeito de dizer “eu não ligo” quando eu realmente, realmente ligo. Mas é isso. Enquanto eu não encontro alguém para me tirar desse buraco, eu encontro conforto nas palavras.

janeiro 30, 2014

"Escreva sobre o que conhece"

Write

Mas sobre o que escreverei se nada conheço? E como deveria escrever se nada sei? É claro que sei que golfinhos vivem em florestas e se somarmos cinco mais dois teremos Pi ao quadrado, mas e o mundo? E as palavras complexas que preenchem o infinito? As constelações lá em cima que nos observam a cada dia? 

Não sei de nada, não conheço nada.

Devo escrever sobre televisões? Ou sobre teclados de computador? As metáforas dos livros que não entendo têm lugar em minha mente? Eu não posso só colocar pontos e vírgulas e achar que isso conta como escrever. Eu só coloco melancolia onde não há e beleza onde não existe. Isso é suficiente?

Eu quero escrever, quero muito, mas como escreverei se nada sei? Se nada conheço? Se nada faz sentido?Se nada sequer sinto?

janeiro 11, 2014

Triskle?

Resultados da Pesquisa de imagens do Google para http://ericatarina.files.wordpress.com/2010/06/0514.jpg

Eu acho que cheguei a comentar aqui que eu tenho um grande projeto de uma trilogia de fantasia urbana baseada na mitologia céltica e indo-européia em andamento que pretendo publicar algum dia com o título de 'Pássaro de Fogo'. E em uma das minhas infinitas pesquisas sobre esse tipo de mitologia tão inexplorada e a sua história, complexidade, filosofia e elementos, encontrei um símbolo que particularmente achei muito interessante, o Triskle.

E é incrível o fato de que quando você encontra algo que acha legal ou alguma coisa ainda marcante, você a vê em todos os lugares. Por exemplo, esses dias eu estava lendo um dos meus blogs favoritos, o Dead Butterfly, quando encontrei um post falando exatamente sobre o tal Triskle. Seria coincidência se uma semana depois eu estivesse andando tranquilamente a caminho do shopping e encontrasse uma mulher que tinha um  Triskle tatuado na perna direita.

Às vezes fantasio que eu mesma estou vivendo uma fantasia urbana, mas então acordo e percebo que está na hora de fazer um post novo no blog, então aqui vamos nós.