outubro 01, 2013

Resenha: Trocada


Trocada
Amanda Hocking
Rocco, 2013

Quando Wendy Everly tinha seis anos, sua mãe foi convencida de que ela era um monstro e tentou matá-la. Onze anos mais tarde, Wendy descobre que sua mãe poderia estar certa. Ela não é a pessoa que ela sempre acreditou ser, e toda a sua vida começa a ser desvendada. Tudo por causa de Finn Holmes. Finn é um cara misterioso e parece estar sempre olhando para ela. Cada encontro deixa Wendy profundamente abalada. Mas não é muito antes de ele revelar a verdade: Wendy é uma changeling que foi trocada ao nascer e ele veio para levá-la de volta para casa. Agora Wendy parte para uma viagem a um mundo que ela nunca soube que existia, um que é ao mesmo tempo belo e assustador. E onde ela deve deixar sua antiga vida para trás para descobrir qual será o seu destino.


Você deve estar pensando que eu irei começar esta resenha feliz como todo mundo faz, com um sorriso no rosto e satisfação seguida de tristeza por ter terminado um livro tão bom. Só que não é bem assim, meus caros amigos.

Eu adoraria ter vindo aqui para falar bem de Trocada. Falar bem da protagonista, dos personagens, dos diálogos e da escrita madura da autora, mas o problema é que não há nada de bom para dizer sobre tais fatores neste livro.

Ok, não sejamos tão radicais.

Trocada, como toda boa YA, tem uma protagonista descrita como bonita e legal, apesar de nenhum garoto ter tido algum interesse romântico nela, e o bonitão charmoso, porém sem sal nem açúcar, que lhe apresenta o maravilhoso mundo utópico de qual faz parte.

Logo de início, vemos a influência de O Diário da Princesa no enredo da história. Eu não sei muito sobre essa série, pois só tive a oportunidade de ler o primeiro livro e assistir os filmes, mas claramente percebemos alguns traços da princesa Mia na protagonista, no próprio enredo e alguns personagens secundários.

Devo dizer que Amanda Hocking fracassou miseravelmente ao tentar se inspirar em uma história de sucesso como esta. Trocada segue o nível de imaturidade da autora, com vários furos e personagens mal desenvolvidos, incluindo os protagonistas. Os parágrafos curtos e a narração simples são corridos demais e seguem o padrão “mais ação, menos descrição, muito menos ainda de emoção”, além dos diálogos mal construídos e com muitas falas desconexas e, em muitos momentos, sem precisão. Algo que eu diria ser típico de fanfictions.

A história é narrada em primeira pessoa, logo temos a visão limitada de Wendy sobre o mundo dos Trylle, os trolls da história, fazendo com que o leitor sinta-se perdido, pois Wendy na maioria das vezes não entende nada ou pouca informação é lhe dada, algo que me irrita profundamente porque não explicam nada para a garota, apesar de ela ser super importante para a trama.

Pude perceber logo no começo que a autora tentou segurar algumas informações ao máximo, para deixar um ar de mistério à narração e isso não deixou a história mais interessante, pelo contrário, deixou que se tornasse a maior enrolação. E em alguns casos eu conseguia deduzir as coisas antes mesmo da protagonista porque a resposta era tão óbvia que o mistério que ela criava sobre a situação não fazia efeito.

No quesito personagens, devo dizer que fui mais decepcionada que o esperado. Wendy Everly, a protagonista do livro, é definitivamente a pior personagem da história inteira. Isso já era de se esperar, afinal, quase ninguém simpatiza com personagens principais, mas Wendy ultrapassa a linha do sem noção.
Ao não conseguir demonstrar suas ideias com clareza, Hocking acaba deixando Wendy com uma infantilidade abaixo da idade dela e a protagonista rebelde que somos introduzidos a conhecer acaba desaparecendo do livro, dando lugar a uma menina loucamente apaixonada, boba e inocente até a última página.

Finn Holmes é, para os familiarizados com Os Instrumentos Mortais, um projeto mal construído de Jace.

A autora tentara, sem sucesso, criar um herói estereotipado pelos leitores de fantasia: bonito, sarcástico, charmoso e controlado, o tipo de garoto que qualquer garota se apaixonaria automaticamente, mas ao introduzir o personagem na história a autora deixou a desejar.

Em parte, culpo os diálogos. Boa parte do charme e sarcasmo vê-se em suas falas, no modo como se dirige às pessoas e no modo como se dirige a ela, mas como o pior ponto da escrita de Amanda são os diálogos, Finn pareceu apenas mais um daqueles personagens “tapa-buraco” que existem em todas as histórias.

Quanto aos outros personagens, pouco tenho a dizer. A maioria segue a mesma linha de raciocínio da personalidade de Finn, a autora tentara fazer uma coisa, mas fizera outra, com exceção de Elora e Rhys, definitivamente meus personagens favoritos na história toda.

Talvez eu esteja errada, talvez eu seja ignorante demais para julgar um livro e sinto que minha opinião é um pouco oblíqua demais mas isso vai da mente de cada um e espero que eu não seja a única a pensar desta maneira sobre Trocada. Pretendo sim comprar e ler o próximo livro, Dividida e talvez minha opinião mude até lá, mas por enquanto é isso o que penso sobre a série Trylle.


Avaliação por estrelas

3 comentários:

  1. Nunca li esse livro, mas pelo resumo dele acabei me interessando, mesmo que sua opinião sobre o livro não seja boa.
    Acho que você não seja ignorante por julgar o livro desse modo, é essa a sua opinião, talvez você esteja certa, quando tiver tempo vou ler esse livro, vamos ver o que eu acho, hahaha ^^
    Sobre o seu pedido de afiliação no meu blog: você já está na minha elite, pode me colocar na sua, obrigada por se afiliar ^^
    bjs.
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  2. Nunca li o livro mas quando você falou sobre Trocada lá no início (a introdução no blockquote) realmente parecia um daqueles livros que eu gosto, do tipo que te prende até o final, porém acho que se eu ler talvez a visão seja diferente ou não. Enfim, é melhor esperar as cenas dos próximos capítulos dessa história! Quem sabe no próximo a Amanda deixa tudo mais interessante né. Seguindo aqui!
    Beijos flor. Com carinho, amora queen -q

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  3. Eu quero ser afiliada do blog. Posso?
    Xoxo,
    Gabi

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